quarta-feira, 29 de agosto de 2007

A casa

O mar se decompõe em facetas. Se diria multi coloridas bahias? A casa carrega este velho espirito da falta de móveis mas, há um gosto nela. Sem querer quero a casa para mim. daqui divido o mar em mil planetas.

Uma especie de feitiçaria lenta se aproxima quando entro no alpendre:

"Hei, há alguem em casa?"

Uma voz solta em debruns o acasalamento dos sons.

"Lógico que aqui estou e sem tombar. Como se resolveu?"

"Bem o assunto aluguel se enrodilha na maré cheia."

"Nossa! Como me alegro por mais um tempo de estadia."

"As Circes do destino tecem teias, sempre te avisei disso."

"O mundo pratico me ensinou o contrário, perdoe-me ser duvidoso de momentos áureos. Assim quando a quiromantica realidade se anuncia, minha alegria redobra."

Logo saio de casa, já pago aquele árduo aluguel, podia de novo me dedicar a poesia. Fiz me ver a mim a maré que soava fria. esperava encontrar aquele castelo perdido que fiz quando menino. Ora! estava guardado em minha lembrança. Será que precisava de um álbum maior que esse. A memoria me trazia um castelo feito de areia. O mar continuava sólido em seu movimento diario, e nada como um bom mergulho para saudar a paz que meu espirito se encontrava. As ondas vinham a trazer e levar tudo. As ondas submergiam os maus momentos. gaivotas rodopiavam na nitidez do firmamento.

Tardes Morenas

Naquelas tardes morenas
do Além de Quem...
"Do além de quem?" "Quem?"
De mim mesmo, sorrateiro e
manhoso bicho da floresta,
tentei repartir oferendas
aos homens empalhados,
pensamentos ilhados,
no fundo, devassos...
Não era aquele
pecado do colchão,
não...
Era ser emborrachado,
duro, ao ver o pranto passar...
Nossa!!!
Se fosse pranto humano...
Era coisa de chute prá lá!

Empalhado desvive a mulher,
a torna empalhada.
O filho rebelde
este então
sorri ao mundo, querendo ver
o encontro das cores.

-Tenho algo de sabido,
meu tio!
O empalhado não enxerga mesmo,
me verá um pródigo
a sonhar em correr mundo...
Por isso me vou
a me transformar com o tempo.

-Cuidado com o invento!
Já fui assim.Pensa que asa
de borboleta é imaginação?
Não é não!

Lembranças cosmicas